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Perante esta nova e súbita paixão de Passos “Que Se Lixem as Eleições” Coelho pelo aumento do salário mínimo nacional, convinha o Partido Socialista fazer uma adenda ao seu óptimo vídeo do dia 1 de Abril, onde elencava uma série de promessas feitas pelo líder do PSD antes das legislativas de 2011, tais como: “é um disparate” acabar com o 13.º mês; “não contarão connosco para mais ataques à classe média em nome dos problemas externos”; “não olhamos para as classes de rendimentos a partir dos mil euros dizendo ‘aqui estão os ricos, eles que paguem a crise’”; “é absolutamente falso querer acabar com a taxa intermédia de IVA para a restauração”; “não é para fazer mais aumentos de impostos”; “como primeiro-ministro, recuso-me a cortar salários”; e por aí fora.

Tudo isto Pedro Passos Coelho prometeu, e tudo isto Pedro Passos Coelho incumpriu. Se lhe perguntarem porquê, ele dirá o mesmo que todos dizem – que não sabia, que não estava à espera que o estado das contas públicas fosse tão grave, que não queria, que ficou muito triste, que teve mesmo de ser, como se a admissão da ignorância em tempo de campanha eleitoral fosse justificável, como se não fosse obrigação de um partido com ambições de poder ter a perfeita consciência do estado em que o país se encontra.

Mas ainda que se dê a ignorância passada como adquirida, como justificará Passos esta sua nova disponibilidade para aumentar o salário mínimo em Abril de 2014, quando em Março de 2013 dizia que, “quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, a medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta”? E dizia mais: “Quem quer criar melhor perspectivas de empregos para o país não aparece com demagogia, aparece com sentido de responsabilidade, e o sentido de responsabilidade, infelizmente, vai no sentido oposto às propostas [de aumento do salário mínimo].”

É verdade que em Março de 2013 o desemprego andava na casa dos 17% e que agora anda na dos 15%, mas terão sido esses dois pontos percentuais a subitamente converterem o primeiro-ministro às maravilhas do aumento do salário mínimo e a alterarem tão drasticamente o seu “sentido de responsabilidade”? Será que, no seu entender, o desemprego actual já não se encontra num “nível elevado”? 15% é fixe? Eu tenho algumas dúvidas, mas não quero estar aqui a pôr descaradamente em causa a palavra de Passos “Que Se Lixem as Eleições” Coelho, não vá ele amuar, como fez há um mês com Catarina Martins no Parlamento, quando a deputada do Bloco se atreveu a constatar que a sua palavra “não vale nada”.

Perante esta avassaladora série de exemplos, todos eles surgidos no espaço de uma semana, é difícil defender que a sua palavra, de facto, valha grande coisa. Mas o mais grave não é isso – o mais grave é que no dia 1 de Abril de 2016 o PSD vai poder apresentar um vídeo igualzinho protagonizado por António José Seguro; como em 1 de Abril de 2010 o PSD poderia ter apresentado uma longa-metragem protagonizada por José Sócrates. Eu sei isso, você sabe isso, caro leitor, e Seguro sabe isso melhor do que nós os dois. Claro que não há política sem uma certa dimensão de mistificação e hiperbolismo. Mas convém não confundir isso com mentira descarada. A última década não destruiu apenas as nossas finanças – destruiu também a dignidade da vida política. E, pelo que se tem visto, recuperar a credibilidade nos mercados é bem mais fácil do que recuperar a credibilidade dos nossos políticos.

João Miguel Tavares no Público

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Paulo Portas habituou-se a fazer política assim: dirigindo-se preferencialmente a um eleitorado desinformado e marcado pelo preconceito. Sente que se disser a mentira certa que faça acordar os ódios certos tudo correrá pelo melhor. Até agora, assim tem sido. E é por isso que lhe dedico hoje, dia das mentiras, este texto. Muitos farão associações deste dia a Cavaco, Guterres, Barroso, Santana, Sócrates ou Passos Coelho. Serão sempre aprendizes. Portas bate-os a todos e a todos parece ir sobrevivendo. Reconheça-se então a qualidade do artista. No seu caso, até Aleixo falha: para a mentira ser segura e atingir profundidade, Portas já dispensa que se misture qualquer coisa de verdade.

Daniel Oliveira no Expresso (excerto)

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“…tenho muitas dúvidas sobre se jornalistas chamados a um ministério por uma fonte informativa não abstrata mas identificável tenham de guardar sigilo sobre a fonte reveladora.”

José Manuel Paquete Oliveira, Provedor do jornal Público

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“(…) Virá a ser o que for preciso no momento que mais lhe convier. Mas pobre dele. Ou obedece ao chefe do Governo ou lhe cai em cima tudo o que está em suspenso, no que se refere a submarinos e a tanques. E talvez a outras coisas que a comunicação social não refere, enquanto não receber ordens (…)”

Diário de Notícias

25.03.2014

José Paulo Fafe no seu blogue

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…Quarenta anos depois do 25 de Abril, a desigualdade continua a crescer entre ricos e pobres e a cor de pele ainda pode ser uma fronteira, tirando na Avenida da Liberdade, em que o dinheiro dos angolanos faz com que os lojistas apenas vejam os cartões de crédito, que não têm raça.

Tenho amigos que continuam a ser parados nas ruas e detidos, acusados de crimes que não cometeram, sem que isso os safe de serem espancados. Os seus bairros são zonas de guerra onde não há cidadania.

Vivem no mesmo país em que os crimes dos banqueiros prescrevem, em que nunca ninguém ligado aos poderosos será condenado, com uma justiça que acha normal que as multas de milhões deixem de ser pagas, enquanto os pobres são roubados pelo Estado. Mataram-lhes a esperança. Em Portugal nada é igual para todos e o 25 de Abril falhou.

Nuno Ramos de Almeida no i

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…Não existem hábitos de tolerância e de compromisso, não há instituições que inspirem o respeito da maioria da população, não há uma classe dirigente respeitável e respeitada. Nem sequer há uma razão maior para um patriotismo indiscutível e partilhado. Sem nenhum fundamento sólido, Portugal anda, de facto, à mercê das circunstâncias…

Vasco Pulido Valente no Público